Sessão Solene contou Ana Dias e presidentes de Sindicatos.
Homenageados e os representantes das categorias: uma bonita Sessão Solene.
A Câmara Municipal de Matão realizou uma Sessão Solene em homenagem aos trabalhadores, com a entrega do troféu ‘Trabalhador do Ano’ (Decreto Legislativo nº 4 de 13 de maio de 1997, de autoria do atual presidente, Aparecido do Carmo de Souza (Cidinho). A outorga aconteceu na noite do último dia 6 de maio à Ana Lúcia Caldeira Miguel (servidora pública municipal); Ivani Polito Ferreira (comerciária) e Alberto Adão (metalúrgico). Nesta honraria, presidentes de Sidicatos acompanharam os representantes de suas categorias;
Aparecido Ferrari (Metalúrgicos) esteve com Alberto; José Carlos Aparecido Pelegrini (Nei, Sindicato dos Comerciários), acompanhou Ivani; e Acácio Galeazzi Júnior (Funcionários Públicos) conferiu o troféu à Ana Lúcia. O destaque da noite foi a presença da senhora Ana Dias, viúva de Santo Dias da Silva.
Ana Dias discorreu sobre suas experiências de vida antes e depois de Santo Dias da Silva, seu esposo e mártir da classe operária brasileira. "Meu marido derramou sangue pelos trabalhadores. Como é bom saber, que depois da sua morte, todo ano, amigos e funcionários retocam a frase no muro onde ele foi morto. Seu exemplo tem que ir pelas gerações", diz ela.
QUEM É SANTO DIAS?
Colono; diarista; bóia-fria; líder de operários metalúrgicos; membro da Pastoral Operária de São Paulo; representante leigo perante a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil; membro do Movimento Contra a Carestia; candidato na oposição da Chapa Sindical do Sindicato dos Metalúrgico de São Paulo e integrante do ‘Comitê Pela Anistia’ de São Paulo,
Santo Dias foi assassinado covardemente pela Polícia Militar no dia 30 de outubro de 1979, defronte a fábrica ‘Sylvania’, em Santo Amaro, ocasião em que coordenava uma greve por melhores condições de trabalho e salário.
DIA DOS TRABALHADORES
O 1º de maio que os trabalhadores comemoram no mundo inteiro tem como símbolo os quatro operários norte-americanos enforcados na cidade de Chicago em 1887. Eram lideranças de uma grande greve e reivindicavam, entre outros direitos, uma jornada de 8 horas diárias de trabalho. As manifestações do 1º de maio, na atual realidade brasileira, exigem uma reação diante da ameaça neoliberal contra os direitos dos trabalhadores; exige toda nossa atenção e união para resistir aos perigos da Reforma Trabalhista que está sendo anunciada.
"Todos os direitos que temos hoje foram conquistados com nossa própria luta e custaram a vida de muitos trabalhadores, como foi o caso de Santo Dias da Silva, assassinado em 1979, quando lutava por direitos", diz Cidinho. "Tudo o que conseguimos com a nossa organização está garantido dentro da Constituição Federal e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Não podemos deixar que tirem de nós", completa ele.